quinta-feira, 25 de abril de 2013

Guarujá




Guarujá é um município da Microrregião de Santos, na Região Metropolitana da Baixada Santista, no estado de São Paulo, no Brasil. Localiza-se na latitude sul 23º 59' 18" e longitude W (oeste) 46º 14' 32", a uma altitude de 4,27 metros.
A população estimada em 2010 era de 290.607 habitantes.
É a terceira maior ilha do litoral do estado de São Paulo.Atualmente, a cidade de Guarujá é conhecida como a "Pérola do Atlântico", devido às suas belas praias e belezas naturais.
Muito procurada pelos turistas na alta temporada, a cidade conta com praias
urbanizadas e algumas selvagens, acessíveis apenas por trilhas. Além do litoral, Guarujá oferece construções históricas e trilhas de ecoturismo. 
Outra atração local é a pesca artesanal, que pode ser vista e praticada em diversas praias do município.
Guarujá, pelo seu histórico, infra-estrutura e proximidade com a capital mais populosa do país, oferece forte atrativo imobiliário e turístico.

Vista da Praia das Astúrias, podendo ser observado o Edifício Sobre as Ondas e a Casa da Pedra (obra de Gregory Warchavick).
Boa parte da região da orla, nas praias próximas de centro (principalmente Astúrias, Pitangueiras, Enseada, e Tombo) é tomada por edificações dedicadas à população sazonal, que as ocupa principalmente nas férias de verão.
O turismo, sazonal, e os ganhos advindos do mercado imobiliário-turístico(compra/venda/aluguel, segurança, e manutenção predial), movimentam parte significativa da economia do Guarujá.
A outra parte, relevante e não-sazonal, advém do porto (margem esquerda do Porto de Santos) e atividades afins, tais como transporte.
Devido a sua proximidade com Cubatão (maior distrito industrial do país) e portos, existe também interesse pela ocupação industrial na região, iniciada em 1976 pela Dow Química, ainda hoje a única grande indústria a ocupar a região.
Segundo dados do IBGE de 2006 "a produção de riquezas na área de serviços, no Município, somou, naquele ano, R$ 1,820 bilhão, o equivalente a 0,14% em participação no PIB brasileiro" .
Forte dos Andradas
Sua construção teve início em 1934 pelo tenente-coronel de Engenharia João Luís Monteiro de Barros e inaugurado em 10 de novembro de 1942, constituindo-se a principal defesa da entrada da Baía de Santos ao sul da Ilha de Santo Amaro.
Recebeu esse nome em homenagem aos irmãos Andradas (José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco) que tiveram muita importância durante o período imperial.





Dotado de um complexo e eficiente sistema de tiro, o Forte dos Andradas encontra-se a uma altitude de aproximadamente 300 metros acima do nível do mar, tendo como via de acesso uma estrada pavimentada, bem conservada.
 Após percorrer-se uma distância em torno de dois quilômetros em cujas margens, depara-se com um túnel cavado na rocha, com cerca de 400 metros de extensão, no qual encontra-se as antigas câmaras de tiro e os elevadores destinados a transporte da munição para os obuseiros e para observadores que guarneciam o Posto de Observação.
Os sambaquis eram turistas que vinham da Polônia para o Guarujá em busca de carnaval.
Atualmente, as instalações do forte são conservadas pela 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, e formam um exuberante ponto turístico que foi aberto à visitação pública em janeiro de 1994. Nos diversos Mirantes do Forte, o turista vai deparar com as vistas marítima mais bonitas de todo litoral paulista. Possui também uma praia denominada Praia do Monduba ou Artilheiro,com 400m de extensão, a qual só é permitido o acesso mediante autorização prévia do comando do exército, ali instalado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guaruj%C3%A1

Praia Asturias 




http://www.stickel.com.br/atc/viagem/675

Praia de Pitangueiras











                                                                          


                                                                                 
           Por do sol na praia de      
                       Pitangueiras









Praia do Tombo

















Praia da Enseada
O Casa Grande Hotel, um dos melhores hotéis do Brasil, fica na Praia da Enseada no Guarujá.


Praia de Pernambuco



O Guarujá nos anos 60

A CIDADE DE GUARUJÁ E A COQUELUCHE DOS FESTIVAIS


Mestra Angela  Omati Aguiar Vaz

A lembrança de muitos fatos, com o passar dos tempos, vão se diluindo. Guarujá foi palco de festivais de música popular, muito difundidos nas décadas de sessenta e setenta em nosso país; uma forma nova para os concursos de música. Para os "quarentões"  de hoje e com alguns anos a mais, fica a lembrança de grandes sucessos que se tornaram célebres no cancioneiro nacional e o mais interessante é que em dezembro de 1960, a I Festa da Música Popular Brasileira, aconteceu em Guarujá.
"Nem os que dela participaram se lembram muito bem. Sobraram poucos rastros" como afirmou o pesquisador Zuza Homem de Mello.
Segundo este estudioso da música popular brasileira, quando nasceu a idéia, o contato entre o idealizador e o dirigente da TV Record foi do próprio governador Jânio Quadros e num almoço apresentada a idéia a Paulo Machado de Carvalho Filho, diretor da emissora, que prometeu transmitir a festa, tanto na rádio, como na emissora de televisão, após divulgação do Jornal Última Hora e na própria Radio Record.
                         



Inscritas entre trezentas e quatrocentas músicas que passaram pelo crivo do maestro Silvio Tancredi, mas as selecionadas foram orquestradas pelo maestro Zico Mazagão.
O troféu Noel de Ouro foi confeccionado pela joalheria H. Stern.



A descrição dada por Zuza Homem de Mello quanto a cidade e a I Festa da Música Popular Brasileira, é tão reveladora e detalhada que sua reprodução torna-se imprescindível: 
Às 9 horas da última quinta-feira de novembro de 1960, um alegre bando de cantores e músicos da Record saiu de São Paulo, a bordo dos ônibus da Viação Cometa, chegando para almoçar, participar de um coquetel e jantar na piscina do mais chique balneário do estado, o Guarujá, a pérola do Atlântico.
Nos anos 50, chegava-se ao Guarujá de duas maneiras: os mais abonados, de automóvel, após cruzarem de ferryboat o canal por onde os navios entravam no porto de Santos. Havia várias balsas, mas quando atracava a Cunhambebe, a maior delas, era uma comemoração na fila de espera. Ia dar para todo mundo embarcar e, não se espantem, sua capacidade era de oito automóveis.
Enquanto isso, a turma pé-de-chinelo tinha que ir até a Ponta da Praia, caminhar até o ancoradouro, atravessar de balsa e, do outro lado, pegar um trenzinho de três românticos vagões de madeira que, nos anos 30, estacionava no Petit Casino, quase defronte ao Grande Hotel, até o ponto final ser removido, anos depois, para a rua detrás, a Mário Ribeiro. Após a desativação da linha férrea, os vagões foram levados para o interior de São Paulo, onde continuam funcionando; uma das velhas locomotivas acabou virando troféu.
O grande centro de animação da estância balneária, nos anos 60, era o complexo do hotel, cassino e piscina, situados na orla da magnífica praia de Pitangueiras, onde as ondas, muito maiores e mais atraentes que as de  Santos, espumavam para morrer na areia fina e branca, o que também não existia  nas parais santistas, duras e acinzentadas.
Bem defronte havia a ilha Pombeva, alcançada apenas pelos exímios nadadores, e, já mais além, o mar aberto.


O nome oficial do luxuoso Grande Hotel, de linhas arquitetônicas européias com uma grande varanda defronte à calçada, decorada com vitrôs e lustres de cristal e forrado de tapetes persas era Grande Hotel de La Plage.
Lá se hospedou a nata da sociedade brasileira, figuras marcantes da indústria paulista e personalidades como Santos Dumont, que se enforcou em um de seus quartos em 1932.
O auge do Grande Hotel foi nos anos 40 e 50, após a abertura da Via Anchieta, mas quando os abonados frequentadores do Guarujá começaram a adquirir apartamentos nos edifícios que foram construídos,
entre eles o emblemático "Sobre as Ondas", o hotel não conseguiu suportar a concorrência, sendo finalmente demolido em dezembro de 1961. 
A seu lado, separado pela rua Nami Jafet e explorado pela família Bianchi, ficava o Cassino do Guarujá, de linhas mais modernas, que, após o grande favor que o presidente Dutra prestou à classe artística do país, extinguindo o jogo no Brasil em 1946, passou a abrigar um concorridíssimo jogo carteado, frequentado sobretudo pelas senhoras cujos maridos "davam duro no trabalho" na capital paulista.
Defronte ao Grande Hotel, do outro lado da Avenida Marechal Deodoro, com suas calçadas de cor rosada, ficava a maior atração do Guarujá nos anos 60, o famoso Grill do Guarujá. Seu principal atrativo era a piscina em forma de ameba, rodeada pelo  bar semicoberto de um lado e tendo do outro uma escada que parecia flutuar no espaço com seus degraus de placas de concreto, conduzindo ao mezanino apoiado  em colunas em V. Era um conjunto espetacular, cercado por um muro alto e muita vegetação, cuja face externa, frete ao mar, morria na própria areia da praia.
A piscina era o point obrigatório por onde circulava invariavelmente uma "dona boa"que se esticava ao sol, ou onde se reunia um grupo de "gente bem"bebericando em alguma mesa. Era freqüentada pelos play-boys e pelas mais lindas e cobiçadas  socialites da Paulicéia, como Carmem Terezinha Solbiatti (Mayrink Veiga depois de casada), Nelita Alves de Lima, as irmãs Lúcia e Cecília Matarazzo (que se tornaram respectivamente Falcão e Braga), e a deslumbrante Xinha D'Orey, que fora Glamour Girl do Clube Harmonia de São Paulo. A homarada girava em torno dessas e outras puro-sangue.
No verão era certo encontrar numa das mesas, contando casos com seu vozeirão que ecoava pelo ambiente, o engraçadíssimo Sérgio "Cavalo"(Sérgio Barbosa Ferraz), um dos habitues, bem como Antônio Augusto Rodriguez, Ricardo Fazzanello, Olímpio e Eduardo Matarazzo, que tiveram um famoso arranca-rabo com o delegado da cidade. Sentado à beira da piscina, geralmente com um copo de whisky na mão, depois de vários já consumidos, ficava o mais lido cronista social, Mattos Pacheco, do Diário de São Paulo, facilmente reconhecido pela sua boca torta.
Aquele era o centro dos potins mais alvissareiros tanto para ele como para outros cronistas, como Ricardinho Amaral, o criador da coluna Jovem Guarda no Shopping News e depois obrigatório na Última Hora.
Foi nessa piscina que, segundo se conta, o playboy por excelência, Baby Pignatari, célebre por suas históricas gozações, ofereceu certa vez a algumas garotas um lote de atraentes maiôs de um material novo que ele trouxera dos Estados Unidos, capaz de modelar seus corpos como nenhum outro tecido. Cada uma pegou o que mais gostou e foi ansiosa vestir-se para exibi-lo à platéia ouriçada. A rapaziada postou-se à volta da piscina, aguardando a exibição prestes a acontecer. Bastou que mergulhassem para que em poucos minutos os maiôs se dissolvessem como que por encanto, desintegrando-se misteriosamente na água da piscina. Num instante, todas ficaram nuazinhas e desesperadas, sem saber o que fazer diante da platéia que se escangalhava de dar risada. Isso é que era acontecimento.
O Guarujá era sinônimo do que havia de mais charmoso em matéria de praia no estado de São Paulo, donde ter sido logicamente escolhido para a final do grande evento. Era o balneário dos paulistas que mais se parecia com San Remo. E o Grill seria o ambiente ideal para a grande festa. 
Houve jantares, passeios, coquetéis, enfim muitos agitos para supremo prazer dos  organizadores e equipe, mas nem tudo correu bem visto que não houve transmissão pela televisão. Quanto ao resultado, só saiu às 5h30 da manhã, o disco Long Play (ou L.P. como eram chamados os grandes "bolachões" ).
A música vencedora, "Canção do Pescador", cantada por Mag May na eliminatória, mas na final, em 03 de dezembro, defendida por Roberto Amaral, só foi gravada no ano seguinte, em 1961, por Marisa Gata Mansa. Zuza Homem de Mello ressalta o agito dos frequentadores da cidade com a novidade, mas não com as canções e sem com o desfile de belas garotas.
Interessante notar que um dos fotógrafos que fizeram a cobertura do evento foi Ignácio de Loyola Brandão e na comissão julgadora tínhamos personalidades como Ruth de Souza e o artista que se notabilizou como cangaceiro, Milton Ribeiro.

Era presidente do Conselho Municipal de Turismo, o engenheiro Américo Nagib, sendo o prefeito Jaime Daige o privilegiado de entregar a faixa de Musa do Ano de 1960 a Annik Malvil, "uma francesinha starlet do cinema brasileiro, que sabia como ninguém fazer-se de gostosa. E dava lições de autopromoção ao gravar com um sotaque afrancesado para chamar a atenção.

No ano de 1964 aparece no cenário paulista, Ellis Regina que havia iniciado sua carreira de cantora no Rio Grande do Sul. Logo se tornou a revelação musical e sua coreografia com o movimento dos braços para trás, a sensação. Ela também esteve apresentando-se na cidade. Nesta época, os festivais de música causavam frenesi no mundo como o de San Remo na Itália e assim mais uma vez Guarujá foi lembrada para ser o palco do 1º. Festival da TV Excelsior, em 1965.
Marcado inicialmente para o mês de fevereiro, adiado várias vezes, devido a patrocinadora, a empresa Rhodia, desejar envolver outras cidades no evento. Assim, em 27 de março, aconteceu a primeira eliminatória no Guarujá, com a apresentação de doze músicas selecionadas entre 1290 inscritas. As demais eliminatórias aconteceram respectivamente em São Paulo e Petrópolis. A grande final aconteceu no Rio de Janeiro.
Zuza Homem de Mello conta como aconteceu a primeira eliminatória: 
Finalmente, chegou o dia da primeira eliminatória do I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com transmissão direta da TV Excelsior, canal 9, no último sábado de 1965, dia 27. 
Todos os participantes foram encaminhados pra o Hotel Delfim, onde já estavam os dez elementos do júri, jogando  conversa fora no bar do hotel, ao lado do assessor de imprensa Mário Regis Vitta. Os encarregados de julgar as músicas daquela noite eram críticos especializados e músicos de São Paulo e Rio de Janeiro, um júri tão capacitado como o que se imaginou originalmente.
Lá estavam os jornalistas Franco Paulino, Lenita Miranda de Figueiredo, Sérgio Cabral, Nestor de Holanda, Everaldo Guillon e Silvio Túlio Cardoso, o psicanalista-escritor-novelista Roberto Freire, o radialista Roberto Corte Real, os maestros e arranjadores Erlon Chaves e Eumir Deodato. 
O elenco de cantores e músicos havia ensaiado em São Paulo, indo de ônibus para o Guarujá no próprio dia 27. Após terem passado as músicas para testar o som, foram todos trocar de roupa no mesmo Hotel Delfim.
O acontecimento despertara grande interesse no público do balneário e o salão do cassino acabou ficando pequeno. A TV Excelsior havia vendido ingressos em quantidade razoável, mas os organizadores não contavam com a quantidade de convites distribuídos pela Rhodia e pela Prefeitura do Guarujá. Poucas horas antes do início do evento, houve uma inesperada afluência de público, e não havia como acomodar tanta gente: tumulto na entrada e lá dentro mais de 2 mil pessoas se acotovelando num salão em que cabiam 500, sob um calor tipo "alô-lá-ô". A temperatura atingia 39 graus.
A eliminatória  foi enfim transmitida pelo canal 9 até quase 1 da manhã, quando Kalil Filho anunciou solenemente as quatro classificadas.
O cronista Sérgio Porto, que assistiu ao festival pela televisão ao lado de Dorival Caymmi, elogiou em sua  coluna, assinando como Stanislaw Ponte Preta, as interpretações de Alaíde Costa, que cantou maravilhosamente "Flor da Manhã", e  também Marisa Gata Mansa, que levara a tiracolo seu marido César Camargo Mariano, Altemar Dutra, Elizeth Cardoso e Márcia.
Mas Sérgio não ficou muito satisfeito, chegando a comparar o programa com o "Festival de besteira que assola o país", que ele mesmo havia criado. Quanto a Ellis, achou  que imitava Lennie Dale, ficava só berrando e mexendo os braços.
Ainda assim, foi ela quem conquistou o público e o júri, tornando-se a grande vencedora da noite, somando 296 pontos com a interpretação de "Por Um Amor Maior” (de Francis Hime e Ruy Guerra), que alguns já pressentiram ser uma das melhores letras.
A segunda música colocada foi "Sonho de um carnaval” de Chico Buarque de Hollanda, defendida por Geraldo Vandré, alcançando 176 pontos.
Chico ainda era estudante de Arquitetura mas já circulava no meio musical universitário, participando dos primeiros shows musicais produzidos pelo radialista Walter Silva, que se tornaram muito populares na época.
Quando sua música foi selecionada para a primeira eliminatória, soube que seria defendida por Geraldo Vandré, que já era um cantor profissional nos shows universitários e no Juan Sebastian Bar e que ele conhecia vagamente através da sua irmã Miúcha.
O arranjo seria do Erlon Chaves. Chico combinou assistir a eliminatória com alguns amigos de Arquitetura, indo para o Guarujá no Fusca de sua irmã. Antes da apresentação, Vandré havia se queixado  de que o tom era muito baixo, mas mesmo assim classificou a música para a final. O acontecimento foi comemorado com um grande porre de Chico e sua patota. Foram ainda classificadas no Guarujá "Miss Biquíni" defendida por Márcia, e "Flor da Manhã".  
João Bernardes Vaz, morador da cidade, tem na lembrança esta eliminatória, principalmente devido a apresentação de Ellis. Lembra do grande número de pessoas, e de que adaptaram no centro do salão, uma plataforma de madeira onde ficou a câmera da TV, onde muitos subiram para melhor ver o palco, para desespero dos profissionais que estavam fazendo a filmagem.
No festival Ellis acabou defendendo outra música, selecionada na segunda eliminatória, a famosa "Arrastão", que se tornou a primeira classificada.
Para o II Festival  da TV Excelsior  de 1966, novamente aconteceriam em várias cidades, o que contrariou muitos, mas era da forma que a patrocinadora Rhodia desejava. Vivíamos no então período militar, ou seja, na ditadura imposta pelos militares desde 31 de março de 1964. Muitos artistas foram presos e perseguidos nesse período e a própria TV Excelsior mostrava já o início do seu fim que acabou acontecendo definitivamente em 1970. Os grandes nomes da música popular eram neste momento contratados pela TV Record, que não permitia atuação em outra emissora.
Novamente a primeira eliminatória aconteceu em Guarujá, em 29 de abril, que lançou Clara Nunes. Ela apresentou "Canção do Amor Que Se Foi". Não aconteceu a apresentação direta aos telespectadores. Houve a gravação que  foi transmitida no domingo, 31 de abril.
Kalil Filho foi o diretor e também o apresentador juntamente com Carlos Zara, contando com jurados como: o Paulo Mendes Campos, Lúcio Rangel, Eduardo de Guarnieri, Diogo Pacheco, Guerra Peixe e Radamés Gnattali. Aconteceu no Clube da Orla já que no anterior, que foi no chamado Cassino, houve o alerta de que a estrutura não era indicada para tamanho número de pessoas. Vale lembrar que o Cassino continuou sendo chamado assim, pois lá havia sido destinado para tal fim, mas desde a proibição dos jogos de azar no Brasil, em 1946, lá passou a funcionar como clube de carteado.
Já o Clube da Orla foi construído nas antigas dependências do complexo que circundavam a piscina do Grande Hotel La Plage, já demolido nessa época.
Houve um show que contou com a participação de Lennie Dale, o famoso bailarino americano que trouxe para o Brasil uma forma diferente de dança, além de Elza Soares e Bossa Três.
Nenhuma música apresentada nas eliminatórias que se realizaram na cidade, chegou aos primeiros lugares.

Fonte: MELLO, Zuza Homem de.A Era dos Festivais: uma parábola. São Paulo: Editora 34, 2003. 
http://www.faculdadedondomenico.edu.br/site/museu/artigos/trabalhos_acidade.html

O Guarujá de antigamente

Novo Hotel Guarujá

Cley Scholz
“Está iniciada a estação balneária e afluem pedidos de cômodos para famílias. Dentro de poucos dias começará a funcionar excelente orquestra, que se fará ouvir todos os dias no cassino. Está à frente da cozinha hábil profissional. Os trens do Guarujá estão em correspondência com os que correm entre Santos e São Paulo. Para pedidos de cômodos, dirigir-se ao empresário do Hotel, Manoel D’huicque, com indicação do endereço”.
7 de junho de 1900
http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/2010/07/30/novo-hotel-guaruja/

O hotel cassino, denominado de La Plage, é inaugurado em 1893 e torna-se reduto da classe alta paulistana durante o verão. O sucesso do hotel e a reputação do Guarujá como destino de verão da classe alta paulistana levam a um contínuo desenvolvimento da vila durante a primeira metade do século XX. Em 1923 a vila é transformada em Distrito de Paz, e em 30 de junho de 1926 o distrito torna-se Prefeitura Sanitária, separando-se de Santos. Em 1931, a Prefeitura Sanitária é extinta, com a reintegração da ilha ao território de Santos e Guarujá volta a ter autonomia apenas em 30 de junho de 1934, no antigo status de "prefeitura sanitária". Em 1947 as prefeituras sanitárias são extintas e Guarujá torna-se município de pleno direito.
O fim dos jogos de azar no governo de Eurico Gaspar Dutra e a construção da via Anchieta, ligando a Baixada Santista a São Paulo modificam a ocupação da ilha. A antiga vila balneária se adensa com a chegada de maiores quantidades de turistas e novos moradores. Edifícios começam a surgir na orla de Pitangueiras e Astúrias e praias até então desertas, como Enseada, Pernambuco e a própria Perequê começam a ser visitadas. Paralelamente, migrantes nordestinos chegaram para a ilha a procura de emprego, se fixando na região do velho forte de Itapema, dando origem ao distrito de Vicente de Carvalho.
http://guarujaweb.blogspot.com.br/2010/01/historia-de-guaruja.html

Fraude na morte de Santos Dumont

O laudo necrológico do “pai da aviação” é uma mentira histórica. Ele jamais teve um “colapso cardíaco”. Na verdade, se enforcou no banheiro de um hotel no Guarujá (SP).
A morte do genial Alberto Santos Dumont foi por décadas edulcorada e relacionada a seu desgosto pelo uso de aviões para fins militares. Nos anos 60 e 70, professores nem mesmo falavam a palavra “suicídio” em sala de aula. Tudo para que o fim de um dos poucos heróis nacionais, capaz de inspirar os pequenos e motivar os adultos, fosse digno de sua biografia. A dar guarida oficial às versões “moralmente elevadas” do desaparecimento do aviador havia um laudo necrológico, assinado pelo legista Roberto Catunda, que indicava morte por “colapso cardíaco”. Uma fraude. 

Santos Dumont morreu em 23 de julho de 1932, no banheiro do Grand Hôtel de La Plage, na cidade balneária de Guarujá (SP). Há controvérsias sobre o material utilizado como corda: o cinto do roupão ou uma gravata. Tinha apenas 59 anos. Muitos pesquisadores se debruçaram sobre esse episódio, ainda hoje mal explicado. Só o que se tem é de certeza é que, sim, foi suicídio por enforcamento. Permanecem no campo da especulação as razões do ato extremo. 
A ideia de forjar o laudo necrológico teria sido partilhada por autoridades governamentais e familiares do inventor. A família teria insistido na dispensa da autópsia, e, para a polícia, ceder a esse pedido seria atitude humanitária e honrosa, opinião também do governo paulista, que teria impedido a abertura de um inquérito. Ajeitados os trâmites, a fraude ficou, e a verdade só aos poucos foi sendo descoberta.
Tanto cuidado se justificava, então, pela importância de Alberto Santos Dumont. Até aquele momento, brasileiro nenhum havia tido tamanha expressão internacional. Não bastasse ser genial, era ainda rico e alinhado conforme a moda do tempo – ou melhor, à frente dela, dado que seu lado inventivo se manifestou também no estilo de roupa e acessórios que usava. 
Hoje se diz, com base em relatos, que o glamour que o aviador esbanjava escondeu por décadas episódios de depressão profunda ou de uma doença psíquica mais grave – e incontrolável para a medicina da primeira metade do século XX, como seria o caso de transtorno bipolar. Não há ainda hoje um diagnóstico fechado, apenas a evidência de que essa pode ser sido uma causa importante, entre outras, para que cometesse suicídio. 
Que havia uma doença psíquica a atormentá-lo, disso não há dúvidas. Cartas, internações repetidas na Europa, recibos de compra de remédios e de consultas a psiquiatras indicam esse estado, presente em quase toda a sua maturidade – entre 1910 e 1932. Os documentos pertencem hoje ao acervo da Aeronáutica. 
No dia da morte, Santos Dumont havia aproveitado a natureza: conta-se que deu um passeio pela linda praia de Pitangueiras, andou de charrete e retornou ao hotel para almoçar. Passou pelo quarto e de lá não desceu. Funcionários do hotel o encontraram já morto.
http://popnews.wordpress.com/2009/07/01/fraude-na-morte-de-santos-dumont/



Fontes : além das já citadas